segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quando os pais complicam mais do que os filhos...

Mais um dia (im)perfeitamente normal. E digo isto, porque ao invés de ter um dia calmo, feliz até, não... Como não podia deixar de ser, junto com a noite, chegou mais uma discussão típica entre os senhores meus progenitores.
Não me esqueço de um amigo um dia me ter dito: "Tens a tua família unida? Então conserva-a". Imagino que não seja nada fácil assistir impotente ao divórcio dos pais mas, sinceramente, antes separados e bem, do que juntos e mal.
Acreditem. Quando as coisas chegam ao ponto de se trocarem insultos, de já não suportarem a presença um do outro, de tentativas de humilhação à frente de quem quer que seja (dos próprios filhos ou outros), o melhor é cada um ir para o seu lado e deixar o outro em paz. O outro e os outros. Porque como já se sabe, o mal-estar não é sentido apenas pelo casal, se assim lhe podemos chamar. É sentido também, e muito, pelos que o rodeiam.
Como é que em 30 e tal anos de casamento, as pessoas não entendem isso? Ou será que entendem, mas têm tanto receio de ficarem sozinhas, têm tanto medo da mudança, que não têm a coragem de tomar a atitude mais acertada para todos, por mais custosa que ela seja?
Eu sei que cada caso é um caso, mas... acreditem no que vos digo:
Mais vale estar separado e de bem com a vida e consigo próprio, do que juntos e de mal com tudo e com todos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O rapaz de Ponte de Lima

Qual é o trauma destes rapazinhos que trabalham em bares ou restaurantes, que não podem ver uma mulher de 20 e poucos anos, com um corpo mais ou menos, que desatam logo a babar? É que nem se consegue almoçar em condições!
Vão por mim, eu sei do que falo. É que eu vou muitas vezes a Ponte de Lima e tenho por hábito ir almoçar sempre ao mesmo restaurante. Aquilo é um negócio de família. O pai, já velhote, é o dono e as filhas trabalham lá também. Só que agora também lá pára a geração seguinte, ou seja, os netos do velhote. E há um que mal me vê entrar... não sei se ele vê um mulherão ou um fantasma! A verdade é que fica completamente vidrado... desde que entro e me sento, até que pago e saio! É como vos digo: nem se consegue almoçar em condições! Sempre com aquele olhar quase tarado constantemente em cima de nós. Coitado do moço... não sei a idade dele, mas garantidamente não tem mais de 18 anos, parece um menininho que nem nunca teve de fazer a barba... e olha para mim como se estivesse ao meu alcance... com um olhar cheio de vontade e de esperança... É certo que também já tive a idade dele, mas... que figura ridícula!
Talvez da próxima vez que lá vá, leve uma t-shirt a dizer algo do género "Cuidado! Tenho um saca-rolhas!", e assim, quem sabe, consiga almoçar sossegada :)
Coitadinho do rapaz de Ponte de Lima...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Fazes-me falta...

Só porque tenho muitas saudades da pessoa que me deu a conhecer esta música...bom conselheiro...bom ouvinte...protector...bom amigo...e como só ele sabe, o meu "seguranjo" :)
E também porque ele (através desta música) tem toda a razão: "foi bem mais fácil escrever".
É certo que cartas não olham nos olhos, mas mais vale uma carta, do que nada...e se para mostrarmos o que sentimos, estamos mais à vontade escrevendo-o, então façamo-lo.
Antes isso, a ficar algo por dizer :)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Que dia...


Quando acordei, apesar do temporal que se fazia sentir lá fora, sentia-me feliz, como há muito não acontecia. Estava feliz, simplesmente, por estar de bem com a vida. A tarde...nem se fala! Foi daqueles momentos em que dizemos, com um sorriso de orelha a orelha: "hoje não há nada que me aborreça, nada me vai deitar abaixo!".
Mas não sei o que se passou dentro de mim...só sei que junto com a noite, veio uma melancolia, um vazio, aquele nervoso que nos invade quando pressentimos que algo vai acontecer... Mas até me estava a aguentar, com esta minha mania de que nada me afecta, de que está sempre tudo bem...
Até que, num pequeno "acidente", eis que alguém me dá um encontrão, e eu, como sou muito pesada, lá fui com a cara direitinha ao monitor do computador...Dói-me...Fiquei com a cara marcada [amanhã, na rua, vão pensar que andei à porrada :)]...Mas, pior do que tudo isso, é que esse acidentezinho foi a gota de água, ou seja, abri a torneira, que é o mesmo que dizer que desatei a chorar feito uma criança...
Quem viu, pensou: "aquela tipa é maluca, está a chorar porque bateu com a cara". Só que eu sei que não foi por isso. Porque eu, melhor do que todos eles, sei que as marcas invisíveis são muito piores do que qualquer nódoa negra que possamos ter no nosso corpo...
E a mim, é quanto basta...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Lixo

Dói demais quando somos tratados como lixo!
Se formos maltratados por um estranho, temos várias opções: podemos ignorar, responder-lhe na mesma moeda e até temos a sorte de, se estivermos num estabelecimento, podermos escrever uma reclamação.
Mas...quando quem nos trata como lixo é alguém de quem gostamos, com quem nos preocupamos, que nos é querido, então o que acontece?
Choramos, revoltamo-nos, esperneamos, damos murros e pontapés a tudo o que nos aparecer à frente, mas NUNCA temos coragem de dizer aquilo que mais vontade tem de nos saltar pela boca fora: odeio-te! Não temos coragem, porque não mentimos àqueles que são importantes para nós. E embora essa seja a nossa vontade, se o disséssemos, iriamos estar a mentir com quantos dentes temos na boca. Porque a nossa boca iria dizer "odeio-te", mas o nosso coração iria dizer "é mentira! Gosto muito de ti!". E então preferimos ficar calados e chorar quando ficamos a sós com nós próprios, do que contar uma mentira tão grande, com apenas uma palavra.
E assim, permitimos que nos magoem, apenas porque não os queremos magoar. E porquê? Porque enquanto eles fazem questão de mostrar que não somos nada para eles (ou pior do que não sermos nada, sermos lixo), nós, mesmo magoados com essa facada tão funda que acerta certeira no nosso coração, gostamos muito deles e fazemos por demonstrá-lo...
E já que somos lixo...ao menos que nos reciclem...e nos deixem sermos úteis nas suas vidas!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Saudade...

Fez, neste dia que passou, já 8 anos que partiste...8 anos! E parece que foi ontem. Ah, como sinto a tua falta! Das tuas partidas, quando me escondias o material da escola, quando punhas sal na groselha...Que saudades de te ouvir contar a história da tua vida, de quando eras jovem e ias de bicicleta para o trabalho :) Saudades desses olhos verdes tão meigos! Tão de criança feliz com a vida!
Saudades de te ouvir cantar o que nunca mais ninguém me cantou (porque eu assim o quis): "Minha mãe chamou pela Ana, a Ana não falou. Oh Ana, oh Ana! Senhora minha mãe já vou!".
Tantas saudades tuas, meu amigo, meu protector, meu avô!