sábado, 3 de julho de 2010

As coisas que tu dizes


"Adoro-te", dizes tu. Como és capaz de fazer isso? Como é que me consegues desarmar assim? De me deixar sem resposta?
"Adoro-te", dizes tu. Não percebo. Como és capaz de me dizer isso ao fim de uma discussão, de uma troca de acusações?
"Adoro-te", dizes tu, depois de me dizeres que queres ir embora. E que se isso acontecer, vai ser indiferente para mim, porque não te ligo nenhuma.
"Adoro-te", dizes tu, depois de eu te chamar à razão e te fazer ver que a tua ida para longe não me é indiferente. Que tu não me és indiferente.
"Adoro-te", dizes tu, depois de admitires que sabes que tudo isso para mim não é indiferente.
E foste embora. Assim. Com um "adoro-te".

"Adoro-te", dizes tu.
"Adoro-te" digo eu.

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